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Miguel Pardal
Filipe Martinho
O Grupo de Recursos Marinhos, Conservação e Tecnologia promove investigação interdisciplinar que relaciona as alterações climáticas, os impactos antropogénicos nos organismos marinhos, a segurança ambiental e humana, assim como o desenvolvimento da produção sustentável de rações, combinando abordagens de ponta à aquacultura, nutrição e biotecnologia marinha. O objetivo principal é contribuir para um oceano saudável e sustentável, através de uma integração única da ciência, indústria e sociedade, ao mesmo tempo que incorpora os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e as Metas da AICHI para a conservação e restauro da biodiversidade.
A Linha de Investigação em Biodiversidade e Pescas dedica-se à compreensão dos impactos das alterações climáticas e dos eventos meteorológicos extremos nos organismos marinhos e estuarinos, com base em conjuntos de dados a longo prazo e programas de monitorização no terreno, juntamente com tecnologia de ponta e análises avançadas para a conservação da biodiversidade e sustentabilidade da pesca.
Os tópicos principais de investigação incluem a dinâmica populacional e a conectividade em invertebrados bentônicos, plâncton e peixes em diversas escalas temporais e espaciais. Esta linha procura desvendar as distribuições de espécies exóticas, autóctones e invasoras ao longo dos gradientes ambientais, ao mesmo tempo que enfatiza a estrutura e composição da comunidade, a dinâmica populacional, as migrações e o uso do habitat, as ligações ecológicas e a biologia evolutiva.
Esta linha de investigação também está ativamente envolvida na avaliação dos desembarques de pesca, na avaliação das capturas acessórias e na compreensão dos impactos subsequentes nos stocks, aproveitando o potencial das observações biológicas, amostragem de imagens, aprendizagem automática e técnicas de IA para informar a gestão das populações de peixes e os esforços de conservação. Ao contribuir para a formulação de políticas de base científica para a gestão das pescas e para o estabelecimento e valorização de Áreas Marinhas Protegidas, que são ecossistemas fundamentais para a salvaguarda da biodiversidade e dos habitats marinhos, esta linha de investigação visa promover uma coexistência harmoniosa entre as atividades humanas e vida marinha para as gerações futuras.
A Linha de Investigação em Biotecnologia Azul e Segurança assenta em três pilares fundamentais: valorização de recursos, nutrição aquícola e segurança ambiental e humana. A integração de métodos biotecnológicos desempenha um papel fundamental na extração e desenvolvimento de produtos inovadores a partir de organismos marinhos, incluindo aplicações potenciais como medicamentos, alimentos, bioplásticos e bioenergia. Esta abordagem não só promove o progresso económico, mas também benefícios ambientais e de saúde.
Em linha com os princípios da economia circular, o foco na aquacultura está em testar ingredientes alimentares alternativos e sustentáveis que reduzam a dependência de proteínas de rações de peixe capturado na natureza. Através do uso de metodologias experimentais na nutrição de peixes e crustáceos, o objetivo é desenvolver novos alimentos e estratégias agrícolas, com ênfase na síntese lipídica, regulação, composição e no estabelecimento de perfis metabólicos confiáveis, econômicos e rápidos para músculos/ filetes.
Esta linha também está comprometida em desenvolver novas ferramentas para avaliar o impacto das atividades humanas nos recursos aquáticos. É dada especial atenção aos poluentes emergentes, incluindo (micro)plásticos, metais, produtos farmacêuticos, pesticidas, bem como agentes biológicos. Ao monitorizar a sua presença e avaliar potenciais efeitos adversos, pretende-se estabelecer padrões de qualidade ambiental para o compartimento aquático e garantir a segurança alimentar. Isto está alinhado com o crescente reconhecimento da importância de manter um equilíbrio saudável entre a nutrição humana e a proteção ambiental, abrangendo as entradas e saídas do processo alimentar industrial.
O Grupo de Investigação em Recursos Marinhos, Conservação e Tecnologia é membro do nó português do Centro Europeu de Recursos Biológicos Marinhos (EMBRC-PT, através da ACOI-UC) e promove atividades de educação, divulgação e ciência cidadã, incorporando a abordagem STEAM para contribuir para a alfabetização oceânica.