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Fátima Alves
Paula Castro
O Grupo de Investigação Sociedades e Sustentabilidade Ambiental tem como objetivo principal contribuir para uma visão abrangente e interdisciplinar das relações entre Sociedade e Natureza nas suas expressões materiais e discursivas para além das fronteiras epistémicas académicas e não-académicas. Agrega um conjunto diverso de investigadores e estudantes de pós-graduação interessados na pesquisa interdisciplinar dessas relações e processos.
A Sociedade e a Natureza foram historicamente concebidas como entidades separadas e distintas, do ponto de vista ontológico e epistemológico, que deveriam ser estudadas em diferentes campos académicos. Dada a magnitude dos nossos problemas ambientais contemporâneos, esta forma dicotómica de compreender a Sociedade e a Natureza é insustentável e perturbadora. Uma vez que as alterações climáticas, a degradação ambiental, a perda de biodiversidade, as extinções e muitas outras questões mesclam processos humanos e naturais, estes problemas são, inerentemente, socioecológicos.
O grupo procura trazer o pensamento e as preocupações ecológicas para compreender os processos socioeconómicos, políticos e culturais que atravessam as sociedades contemporâneas bem como informar de modo crítico a leitura e compreensão desses desafios socioecológicos contemporâneos e a sua construção social, contribuindo para o seu enfrentamento.
Como grupo de investigação multidisciplinar, desenvolve-se pesquisa que procura evidenciar e compreender os processos socioecológicos subjacentes às dinâmicas das sociedades contemporâneas que instigam à busca de futuros socioecológicos comprometidos com transições ecológicas justas e que acomodem multiculturalidades/ interculturalidades, a luta contra as desigualdades sociais e as extinções, e que estruturem políticas públicas para a natureza e os seus direitos, para as alterações climáticas, a saúde humana física e mental, a saúde planetária e o bem-estar, a biodiversidade, a resiliência das comunidades urbanas e rurais, os sistemas agroalimentares, a ética ambiental, as migrações por motivos ambientais, as transições agroecológicas, bem como reflexões aprofundadas e críticas sobre conceitos dominantes presentes nos discursos e políticas das agendas internacionais, tais como os serviços de ecossistemas, sustentabilidade, educação ambiental, agenda 2030, transição ecológica, entre muitos outros tópicos.
Combinamos abordagens e metodologias das ciências sociais, das artes, das humanidades, das ciências tecnológicas e das ciências naturais para compreender de modo crítico as ameaças contemporâneas ao bem-estar humano e planetário, bem como para interrogar as explicações dominantes para estes problemas, contribuindo para a definição de políticas e estratégias de ação adequadas aos contextos. A investigação em articulação com as diversas linhas do CFE (quer em projetos nacionais, quer internacionais) e a que resulta das dinâmicas de cooperação internacional (quer a nível europeu, quer a nível da lusofonia) tem aumentado.
As investigações realizadas nestes diversos tópicos sustentam a nossa visão de contribuir para a revalorização das interdependências entre os sistemas vivos e a sua ligação aos territórios, os diálogos entre diversas formas de saber e de fazer as mudanças socioculturais transformadoras apoiadas numa cidadania participativa inclusiva que contribua para ultrapassar visões fragmentadas da realidade e permita (re)imaginar futuros saudáveis e sustentáveis.